Sobre o Behaviorismo
- Igual Ao Resto
- 7 de nov. de 2020
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As guitarras desafinaram-se e os violinos perderam as cordas. Ao olhar para trás, o cavalo que carregava o carro funerário juntou toda a orquestra e disse: "Esqueçam os violinos e as guitarras; ignorem a pauta e afoguem o Maestro. Daqui para a frente somos uma banda filarmónica e somente os carteiros saberão que música tocamos!". Descontente com a paragem, o cocheiro arreou-lhe duas ou três – daquelas fortes e bem dadas – e a multidão, que até então acompanhara o defunto em silêncio, foi dispersando e começou a dançar alegremente junto às fogueiras. Vários séculos se passaram, mas nunca ninguém conseguiu perceber porque é que aquele cavalo – feio e marcado pelo chicote – se tornou imperador do Mundo Livre. A lenda mais popular diz-nos que lhe bastou escrever duas cartas a cada Rei – uma de amor e outra em forma de cantiga – para que estes prontamente lhe dessem tudo o que ele alguma vez pudera sonhar, jurando-se leais para toda a eternidade. Até que houve o dia em que a orquestra parou de tocar. Primeiro, fez-se silêncio, e pouco depois os sinos tocaram na Catedral.
Tomás Castello Branco
Que grande imaginação! Parece um sonho confuso. Adorei